in “Sol”
Um só passo fora do tempo
Mesmo que as minhas mãos deixassem de arrancar as ervas daninhas;
chegaria eu um dia à carícia da alma do vento?
Ainda que vigiasse as minhas palavras e moderasse a minha alimentação;
chegariam um dia os meus lábios à suavidade do beijo da luz do sol?
E se tencionasse retirar-me num mosteiro e que me preenchesse de orações,
chegaria eu um dia à pureza duma simples gota de orvalho?
Mesmo se me viesse a recordação de cada um dos meus passos,
chegaria eu um dia a polir o meu corpo e alcançar a transparência do ínfimo grão de areia?
Deixem-me arder de paixão, por que eu sei que este fogo que me ilumina é o mesmo que consome a criação.
de autoria de Jaime Silva, marceneiro e professor de yoga
publicado sem autorização prévia, quer dizer...
perguntei se podia e como não respondeu...