terça-feira, 15 de abril de 2008

AMOR E CLAUSURA

Passámos os dias
Iguais a tantos outros
Por detrás destes muros
Sem pensamentos futuros

Agarrados à solidão
Nestas celas encarcerados
Corações dilacerados
Pelas amarguras da vida

Corações à chave fechados
Na hora do adormecer
As lágrimas a correr
Pela face da saudade

Vivendo longe da sociedade
Que nos repugna
e nos ausenta
nos corrói,
a dor aumenta,
Faz chorar o coração

Lágrimas de sangue e agonia
Nesta cela gélida e fria
Revoltando a alma
Fazendo gritar o chão.

Testemunha do poder
Do isolamento da sociedade
Nesta louca ansiedade,
Chamada liberdade.

Paulo Santos

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