terça-feira, 9 de dezembro de 2008
O Natal está a chegar
Olá, olá
Já há muito tempo que não tenho tempo para andar por aqui.
Hoje venho partilhar o meu enfeite de Natal para porta.
Entrelacei umas guias de hera. Cobri os ramos com grinalda dourada, e duas bolinhas a rematar.
Cá para mim ficou bem bonito e fui eu que fiz:)
segunda-feira, 23 de junho de 2008
hospital
Que tal acham do aspecto das paredes dos quartos do Hospital de Leiria? Cá para mim, isto nem seria permitido num curral.
Pois, pois, quem não acreditar é só visitar alguém em medicina, ou medicina 1.
E de notar que esta situação já existia há um ano e tal, conforme fotografei também na altura em que a minha mãe por lá passou. Nesse caso era em cirurgia. Como poderá ser feita a desinfecção destes locais????
E os ministros da saúde ainda dizem que este hospital é muito bom e tal e tal e que tem alta tecnologia e que vão financiar novos aparelhos. E que tal se rebocassem as paredes.
Cá para mim este hospital devia encerrar, pelo menos as enfermarias com paredes nestas condições.
Para além disto, são os doentes com sede e ninguém lhes dá água, que querem que os virem e não aparece ninguém. Que tristeza!!
Já decidi, não quero chegar a velha, e pronto!!
domingo, 22 de junho de 2008
deprimente
sexta-feira, 23 de maio de 2008
eu fui à feira de Maio
Meti 40 euros na carteira e aqui vou eu de abalada visitar a feira de Leiria.
Fui cedo, à hora em que não há confusões. Pensei dar uma vista de olhos, jantar, comer uma fartura do Penin, umas voltas nos carrinhos de choque para os miúdos...
As fichas para os carrinhos de choque estão caríssimas. 5 euros 5 fichas :( Também dei uma voltinha.
Depois 3 farturas. 3 euros.
A seguir jantar. Naquitos de vaca ... não me lembro o nome, mas são vacas especiais da zona de Aveiro. Uma dose, 2 bebidas 17 euros. Enfim, valeu a pena.
Uma coisa hilariante, pelo menos para mim. Na tenda branca, onde existe o tal restaurante, artesanato etc. dou de caras com uma sanita. Penso eu: "uma sanita, aqui, e num local de destaque? Que será isto?". Sem óculos, enfio o nariz na sanita pois tinha um papel colado no tampo. E pronto, temos ataque de riso. Uma sanita com chuveiro incorporado. Pois pois, eu a imaginar uma coisa daquelas cá em casa. Ainda pedi um papel igual ao que estava a ler. Mas se calhar por causa das gargalhadas que me atacaram não tive sorte e por isso não posso partilhar, com alguém que me visite, as respectivas imagens elucidativas.
Mais umas voltas, muitos encontros com ex-colegas e de volta para o pópó. Os 40 euros já eram.
Quando me começo a aproximar do local onde tinha estacionado, começo a ficar preocupada. Aquilo estava um caos. Autocarros e automóveis aos molhos. Começo a pensar. Não vou sair daqui só se arranjar uns balões para o carro levantar na vertical...
E não é que era mesmo verdade. O meu carrito estava rodeado de todos os lados... parecia uma ilha. À direita um autocarro, atrás outro, à esquerda um carro, à frente o passeio. E tudo por ali adiante cheio de carros. Meninos, penso que vamos dormir aqui hoje... O passeio é um bocado alto, e a seguir temos relva. Por onde posso sair, se por acaso subir o passeio? Lá me safei, porque no meio de todo o caos que grassa neste país e a falta de respeito e educação ainda existem alguns anjinhos que me protegem. Eis senão quando me aparece um. Já eu tinha posto um saco de areia dos gatos e um rolo de rede à frente das rodas para ajudar a subir o lancil. Ofereceu-se para fazer a subida do lancil e tirou o pópó dele para eu poder sair sem dar grandes voltas por cima da relva. Deus existe, e os anjinhos são tão quiduxos. Obrigada anjinho, sem a tua ajuda teria sido mais difícil.
Fui cedo, à hora em que não há confusões. Pensei dar uma vista de olhos, jantar, comer uma fartura do Penin, umas voltas nos carrinhos de choque para os miúdos...
As fichas para os carrinhos de choque estão caríssimas. 5 euros 5 fichas :( Também dei uma voltinha.
Depois 3 farturas. 3 euros.
A seguir jantar. Naquitos de vaca ... não me lembro o nome, mas são vacas especiais da zona de Aveiro. Uma dose, 2 bebidas 17 euros. Enfim, valeu a pena.
Uma coisa hilariante, pelo menos para mim. Na tenda branca, onde existe o tal restaurante, artesanato etc. dou de caras com uma sanita. Penso eu: "uma sanita, aqui, e num local de destaque? Que será isto?". Sem óculos, enfio o nariz na sanita pois tinha um papel colado no tampo. E pronto, temos ataque de riso. Uma sanita com chuveiro incorporado. Pois pois, eu a imaginar uma coisa daquelas cá em casa. Ainda pedi um papel igual ao que estava a ler. Mas se calhar por causa das gargalhadas que me atacaram não tive sorte e por isso não posso partilhar, com alguém que me visite, as respectivas imagens elucidativas.
Mais umas voltas, muitos encontros com ex-colegas e de volta para o pópó. Os 40 euros já eram.
Quando me começo a aproximar do local onde tinha estacionado, começo a ficar preocupada. Aquilo estava um caos. Autocarros e automóveis aos molhos. Começo a pensar. Não vou sair daqui só se arranjar uns balões para o carro levantar na vertical...
E não é que era mesmo verdade. O meu carrito estava rodeado de todos os lados... parecia uma ilha. À direita um autocarro, atrás outro, à esquerda um carro, à frente o passeio. E tudo por ali adiante cheio de carros. Meninos, penso que vamos dormir aqui hoje... O passeio é um bocado alto, e a seguir temos relva. Por onde posso sair, se por acaso subir o passeio? Lá me safei, porque no meio de todo o caos que grassa neste país e a falta de respeito e educação ainda existem alguns anjinhos que me protegem. Eis senão quando me aparece um. Já eu tinha posto um saco de areia dos gatos e um rolo de rede à frente das rodas para ajudar a subir o lancil. Ofereceu-se para fazer a subida do lancil e tirou o pópó dele para eu poder sair sem dar grandes voltas por cima da relva. Deus existe, e os anjinhos são tão quiduxos. Obrigada anjinho, sem a tua ajuda teria sido mais difícil.
domingo, 18 de maio de 2008
bigs
Mais um director que foi pr'às urtigas.
Não tenho pena porque eles ficam sempre bem...
Tenho pena, isso sim, das graxas, coitadas. Que trabalheira que vão ter agora.
Não tenho pena porque eles ficam sempre bem...
Tenho pena, isso sim, das graxas, coitadas. Que trabalheira que vão ter agora.
sexta-feira, 16 de maio de 2008
conselhos
recebidos por e-mail
7 COISAS A EVITAR APÓS AS REFEIÇÕES
1 - Não fumar
2 - Não comer fruta (esperar 1 ou 2 horas após refeição.. .... ....)
3 - Não beber chá
4 - Não desapertar o cinto (no original em inglês loosen = soltar - mal traduzido como apertar ?!?!???!!)
5 - Não tomar banho
6 - Não andar (esperar 1 hora após refeição ?!?!??)
7 - Não dormir
Seguindo estes conselhos já fico com poucas hipóteses. Que irei fazer depois de comer???
Se calhar é melhor não comer...
7 COISAS A EVITAR APÓS AS REFEIÇÕES
1 - Não fumar
2 - Não comer fruta (esperar 1 ou 2 horas após refeição.. .... ....)
3 - Não beber chá
4 - Não desapertar o cinto (no original em inglês loosen = soltar - mal traduzido como apertar ?!?!???!!)
5 - Não tomar banho
6 - Não andar (esperar 1 hora após refeição ?!?!??)
7 - Não dormir
Seguindo estes conselhos já fico com poucas hipóteses. Que irei fazer depois de comer???
Se calhar é melhor não comer...
terça-feira, 13 de maio de 2008
responsabilidade estatal
Sempre me confundiu saber que uma criança vivendo com os pais tem menos condições de vida do que numa família de acolhimento. E os pais de acolhimento muito melhores condições que os pais naturais.
Foi ao ver um filme duma série televisiva - desaparecidos - que descobri então a razão de tal incongruência. Parece que também existe noutros países.
A história era de uma mulher, tinha ido com o filho ao médico e a criança tinha uma pequena surdez. Precisava de usar um aparelho que custava mil euros.
Mais uma reflexão.
Para alguns ou para a maioria, isto seria um pequeno pormenor sem importância. Para outros e a pessoa em causa no filme, esta situação era dramática.
O que para uns é uma coisa simples, para outros pode ser um drama.
Continuando com a história, e foi aqui que descobri finalmente a razão ... dizia o pediatra do filme, ao ser interrogado pela mãe das hipóteses de ser subsidiada ... é que no caso de crianças em famílias de acolhimento, a responsabilidade pela sua saúde, etc. é do estado. Estava encontrada a resposta à questão que tanto me intrigava.
E voltando aos dramas da vida, às responsabilidades estatais...
Uma outra responsabilidade do estado é a alimentação, saúde e bem estar dos cidadãos privados de liberdade. E fica bem caro sim senhor. Mas isso leva-me a pensar na razão porque as pessoas são privadas de liberdade. Lendo os jornais, que diariamente nos inundam com casos de violência, sangrentos ou não, de burlas e outros que tais, e seguindo a informação dos julgamentos e decisões, acabam com muitas penas suspensas e diversas razões para essas decisões. Começo eu cá a pensar, afinal o que fizeram as pessoas que estão atrás das grades?????
Mas adiante, isso talvez venha a descobrir um dia destes.
Agora suponhamos um caso. Um fulano é condenado a dois anos de cadeia. Nem me interessa a razão, provavelmente por conduzir sem carta . Durante esses 730 dias, tudo lhe é fornecido. Comida, dormida, roupa lavada, assistência médica... Para isso nada tem que fazer senão existir. O estado é responsável pelo seu bem estar. A família e amigos não o visitam. Sei lá porquê. Os contactos com o exterior limitam-se à televisão.... E chega o dia em que é posto em liberdade. Em que condições? Que irá fazer?
O estado cumpriu o seu dever. O cidadão cumpriu a sua pena. O resto que se lixe!
Preso na rua. Assunto arrumado.
Foi ao ver um filme duma série televisiva - desaparecidos - que descobri então a razão de tal incongruência. Parece que também existe noutros países.
A história era de uma mulher, tinha ido com o filho ao médico e a criança tinha uma pequena surdez. Precisava de usar um aparelho que custava mil euros.
Mais uma reflexão.
Para alguns ou para a maioria, isto seria um pequeno pormenor sem importância. Para outros e a pessoa em causa no filme, esta situação era dramática.
O que para uns é uma coisa simples, para outros pode ser um drama.
Continuando com a história, e foi aqui que descobri finalmente a razão ... dizia o pediatra do filme, ao ser interrogado pela mãe das hipóteses de ser subsidiada ... é que no caso de crianças em famílias de acolhimento, a responsabilidade pela sua saúde, etc. é do estado. Estava encontrada a resposta à questão que tanto me intrigava.
E voltando aos dramas da vida, às responsabilidades estatais...
Uma outra responsabilidade do estado é a alimentação, saúde e bem estar dos cidadãos privados de liberdade. E fica bem caro sim senhor. Mas isso leva-me a pensar na razão porque as pessoas são privadas de liberdade. Lendo os jornais, que diariamente nos inundam com casos de violência, sangrentos ou não, de burlas e outros que tais, e seguindo a informação dos julgamentos e decisões, acabam com muitas penas suspensas e diversas razões para essas decisões. Começo eu cá a pensar, afinal o que fizeram as pessoas que estão atrás das grades?????
Mas adiante, isso talvez venha a descobrir um dia destes.
Agora suponhamos um caso. Um fulano é condenado a dois anos de cadeia. Nem me interessa a razão, provavelmente por conduzir sem carta . Durante esses 730 dias, tudo lhe é fornecido. Comida, dormida, roupa lavada, assistência médica... Para isso nada tem que fazer senão existir. O estado é responsável pelo seu bem estar. A família e amigos não o visitam. Sei lá porquê. Os contactos com o exterior limitam-se à televisão.... E chega o dia em que é posto em liberdade. Em que condições? Que irá fazer?
O estado cumpriu o seu dever. O cidadão cumpriu a sua pena. O resto que se lixe!
Preso na rua. Assunto arrumado.
o vinho
oh mulher eu compro-te uma saia
oh mulher eu compro-te uma saia
isso não maridinho
isso não maridinho
que eu não sou mulher da praia
compra-me um litro de vinho
água não faz-me mal
vinho sim maridinho
oh mulher eu compro-te umas botas
oh mulher eu compro-te umas botas
isso não maridinho
isso não maridinho
que me faz as pernas tortas
compra-me um litro de vinho
água não faz-me mal
vinho sim maridinho
...
oh mulher eu compro-te uma saia
isso não maridinho
isso não maridinho
que eu não sou mulher da praia
compra-me um litro de vinho
água não faz-me mal
vinho sim maridinho
oh mulher eu compro-te umas botas
oh mulher eu compro-te umas botas
isso não maridinho
isso não maridinho
que me faz as pernas tortas
compra-me um litro de vinho
água não faz-me mal
vinho sim maridinho
...
segunda-feira, 12 de maio de 2008
terráqueos
o filme earthlings legendado em português
http://br.youtube.com/watch?v=3VrdKZlPXN0
Vale a pena ver. 95 minutos de verdades.
http://br.youtube.com/watch?v=3VrdKZlPXN0
Vale a pena ver. 95 minutos de verdades.
quinta-feira, 1 de maio de 2008
dia do trabalhador
Quando é que vou ganhar um ordenado decente?
O povo, unido, nunca mais será vencido...
O povo, unido, nunca mais será vencido...
quarta-feira, 30 de abril de 2008
histórias da prisão
Há um ano resolvi ir trabalhar para a cadeia. Nunca tinha entrado em nenhuma, nem tinha conhecido ninguém que lá tivesse estado.
É um mundo à parte, diferente. Tudo e todos estão fechados a sete chaves.
Olho para os presos. Ignoro a razão porque lá foram parar. Acho-os iguais a mim, a ti...
Questiono-me das razões que os levaram para tal local. Não quero saber.
Lembro-me d'"Os Miseráveis".
Lembro-me do "Papillon".
Também lá estou, presa... mas depois venho cá para fora.
Lá dentro não se sabe nada. Tudo é secreto.
Há professores que dão aulas.
Há presos que trabalham, outros não.
De vez em quando há um grande espalhafato. São os especiais. Ainda não percebi bem a razão de tanto guarda. Serão membros de gangs? Mas depois sai de lá um "ratito"! Serão lobos com pele de cordeiro?
Uma história que me marcou, foi um preso que foi em liberdade, e no dia seguinte morreu com overdose. Pois, de facto, uma das razões que leva a malta à cadeia está relacionada com problemas de droga.
Mas quem quiser ler o que eles escrevem aqui fica o link para um programa que está a decorrer em 4 países: Bélgica, Hungria, Portugal e Reino Unido. Eu cá gostei de ler algumas histórias.
É um mundo à parte, diferente. Tudo e todos estão fechados a sete chaves.
Olho para os presos. Ignoro a razão porque lá foram parar. Acho-os iguais a mim, a ti...
Questiono-me das razões que os levaram para tal local. Não quero saber.
Lembro-me d'"Os Miseráveis".
Lembro-me do "Papillon".
Também lá estou, presa... mas depois venho cá para fora.
Lá dentro não se sabe nada. Tudo é secreto.
Há professores que dão aulas.
Há presos que trabalham, outros não.
De vez em quando há um grande espalhafato. São os especiais. Ainda não percebi bem a razão de tanto guarda. Serão membros de gangs? Mas depois sai de lá um "ratito"! Serão lobos com pele de cordeiro?
Uma história que me marcou, foi um preso que foi em liberdade, e no dia seguinte morreu com overdose. Pois, de facto, uma das razões que leva a malta à cadeia está relacionada com problemas de droga.
Mas quem quiser ler o que eles escrevem aqui fica o link para um programa que está a decorrer em 4 países: Bélgica, Hungria, Portugal e Reino Unido. Eu cá gostei de ler algumas histórias.
sexta-feira, 25 de abril de 2008
revolução
25 de Abril de 1974
Há 34 anos as expectativas eram grandes. As dúvidas também.
A guerra acabava?
A liberdade existia?
Tanques de guerra circulavam nas ruas.
Revolução sem o vermelho do sangue.
Cravos na ponta das espingardas.
Igualdade, fraternidade.
Pide... pum
Fascismo ... pum
Presos políticos... pum
Liberdade de expressão ... ya
Aulas ... não há
Há 34 anos as expectativas eram grandes. As dúvidas também.
A guerra acabava?
A liberdade existia?
Tanques de guerra circulavam nas ruas.
Revolução sem o vermelho do sangue.
Cravos na ponta das espingardas.
Igualdade, fraternidade.
Pide... pum
Fascismo ... pum
Presos políticos... pum
Liberdade de expressão ... ya
Aulas ... não há
As Portas que Abril abriu…
Era uma vez um país
onde entre o mar e a guerra
vivia o mais infeliz
dos povos à beira-terra.
Onde entre vinhas sobredos
vales socalcos searas
serras atalhos veredas
lezírias e praias claras
um povo se debruçava
como um vime de tristeza
sobre um rio onde mirava
a sua própria pobreza.
Era uma vez um país
onde o pão era contado
onde quem tinha a raiz
tinha o fruto arrecadado
onde quem tinha o dinheiro
tinha o operário algemado
onde suava o ceifeiro
que dormia com o gado
onde tossia o mineiro
em Aljustrel ajustado
onde morria primeiro
quem nascia desgraçado.
Era uma vez um país
de tal maneira explorado
pelos consórcios fabris
pelo mando acumulado
pelas ideias nazis
pelo dinheiro estragado
pelo dobrar da cerviz
pelo trabalho amarrado
que até hoje já se diz
que nos tempos do passado
se chamava esse país
Portugal suicidado.
Ali nas vinhas sobredos
vales socalcos searas
serras atalhos veredas
lezírias e praias claras
vivia um povo tão pobre
que partia para a guerra
para encher quem estava podre
de comer a sua terra.
Um povo que era levado
para Angola nos porões
um povo que era tratado
como a arma dos patrões
um povo que era obrigado
a matar por suas mãos
sem saber que um bom soldado
nunca fere os seus irmãos.
Ora passou-se porém
que dentro de um povo escravo
alguém que lhe queria bem
um dia plantou um cravo.
Era a semente da esperança
feita de força e vontade
era ainda uma criança
mas já era a liberdade.
Era já uma promessa
era a força da razão
do coração à cabeça
da cabeça ao coração.
Quem o fez era soldado
homem novo capitão
mas também tinha a seu lado
muitos homens na prisão.
Esses que tinham lutado
a defender um irmão
esses que tinham passado
o horror da solidão
esses que tinham jurado
sobre uma côdea de pão
ver o povo libertado
do terror da opressão.
Não tinham armas é certo
mas tinham toda a razão
quando um homem morre perto
tem de haver distanciação
uma pistola guardada
nas dobras da sua opção
uma bala disparada
contra a sua própria mão
e uma força perseguida
que na escolha do mais forte
faz com que a força da vida
seja maior do que a morte.
Quem o fez era soldado
homem novo capitão
mas também tinha a seu lado
muitos homens na prisão.
Posta a semente do cravo
começou a floração
do capitão ao soldado
do soldado ao capitão.
Foi então que o povo armado
percebeu qual a razão
porque o povo despojado
lhe punha as armas na mão.
Pois também ele humilhado
em sua própria grandeza
era soldado forçado
contra a pátria portuguesa.
Era preso e exilado
e no seu próprio país
muitas vezes estrangulado
pelos generais senis.
Capitão que não comanda
não pode ficar calado
é o povo que lhe manda
ser capitão revoltado
é o povo que lhe diz
que não ceda e não hesite
– pode nascer um país
do ventre duma chaimite.
Porque a força bem empregue
contra a posição contrária
nunca oprime nem persegue
– é força revolucionária!
Foi então que Abril abriu
as portas da claridade
e a nossa gente invadiu
a sua própria cidade.
Disse a primeira palavra
na madrugada serena
um poeta que cantava
o povo é quem mais ordena.
E então por vinhas sobredos
vales socalcos searas
serras atalhos veredas
lezírias e praias claras
desceram homens sem medo
marujos soldados «páras»
que não queriam o degredo
dum povo que se separa.
E chegaram à cidade
onde os monstros se acoitavam
era a hora da verdade
para as hienas que mandavam
a hora da claridade
para os sóis que despontavam
e a hora da vontade
para os homens que lutavam.
Em idas vindas esperas
encontros esquinas e praças
não se pouparam as feras
arrancaram-se as mordaças
e o povo saiu à rua
com sete pedras na mão
e uma pedra de lua
no lugar do coração.
Dizia soldado amigo
meu camarada e irmão
este povo está contigo
nascemos do mesmo chão
trazemos a mesma chama
temos a mesma ração
dormimos na mesma cama
comendo do mesmo pão.
Camarada e meu amigo
soldadinho ou capitão
este povo está contigo
a malta dá-te razão.
Foi esta força sem tiros
de antes quebrar que torcer
esta ausência de suspiros
esta fúria de viver
este mar de vozes livres
sempre a crescer a crescer
que das espingardas fez livros
para aprendermos a ler
que dos canhões fez enxadas
para lavrarmos a terra
e das balas disparadas
apenas o fim da guerra.
Foi esta força viril
de antes quebrar que torcer
que em vinte e cinco de Abril
fez Portugal renascer.
E em Lisboa capital
dos novos mestres de Aviz
o povo de Portugal
deu o poder a quem quis.
Mesmo que tenha passado
às vezes por mãos estranhas
o poder que ali foi dado
saiu das nossas entranhas.
Saiu das vinhas sobredos
vales socalcos searas
serras atalhos veredas
lezírias e praias claras
onde um povo se curvava
como um vime de tristeza
sobre um rio onde mirava
a sua própria pobreza.
E se esse poder um dia
o quiser roubar alguém
não fica na burguesia
volta à barriga da mãe.
Volta à barriga da terra
que em boa hora o pariu
agora ninguém mais cerra
as portas que Abril abriu.
Essas portas que em Caxias
se escancararam de vez
essas janelas vazias
que se encheram outra vez
e essas celas tão frias
tão cheias de sordidez
que espreitavam como espias
todo o povo português.
Agora que já floriu
a esperança na nossa terra
as portas que Abril abriu
nunca mais ninguém as cerra.
Contra tudo o que era velho
levantado como um punho
em Maio surgiu vermelho
o cravo do mês de Junho.
Quando o povo desfilou
nas ruas em procissão
de novo se processou
a própria revolução.
Mas eram olhos as balas
abraços punhais e lanças
enamoradas as alas
dos soldados e crianças.
E o grito que foi ouvido
tantas vezes repetido
dizia que o povo unido
jamais seria vencido.
Contra tudo o que era velho
levantado como um punho
em Maio surgiu vermelho
o cravo do mês de Junho.
E então operários mineiros
pescadores e ganhões
marçanos e carpinteiros
empregados dos balcões
mulheres a dias pedreiros
reformados sem pensões
dactilógrafos carteiros
e outras muitas profissões
souberam que o seu dinheiro
era presa dos patrões.
A seu lado também estavam
jornalistas que escreviam
actores que se desdobravam
cientistas que aprendiam
poetas que estrebuchavam
cantores que não se vendiam
mas enquanto estes lutavam
é certo que não sentiam
a fome com que apertavam
os cintos dos que os ouviam.
Porém cantar é ternura
escrever constrói liberdade
e não há coisa mais pura
do que dizer a verdade.
E uns e outros irmanados
na mesma luta de ideais
ambos sectores explorados
ficaram partes iguais.
Entanto não descansavam
entre pragas e perjúrios
agulhas que se espetavam
silêncios boatos murmúrios
risinhos que se calavam
palácios contra tugúrios
fortunas que levantavam
promessas de maus augúrios
os que em vida se enterravam
por serem falsos e espúrios
maiorais da minoria
que diziam silenciosa
e que em silêncio fazia
a coisa mais horrorosa:
minar como um sinapismo
e com ordenados régios
o alvor do socialismo
e o fim dos privilégios.
Foi então se bem vos lembro
que sucedeu a vindima
quando pisámos Setembro
a verdade veio acima.
E foi um mosto tão forte
que sabia tanto a Abril
que nem o medo da morte
nos fez voltar ao redil.
Ali ficámos de pé
juntos soldados e povo
para mostrarmos como é
que se faz um país novo.
Ali dissemos não passa!
E a reacção não passou.
Quem já viveu a desgraça
odeia a quem desgraçou.
Foi a força do Outono
mais forte que a Primavera
que trouxe os homens sem dono
de que o povo estava à espera.
Foi a força dos mineiros
pescadores e ganhões
operários e carpinteiros
empregados dos balcões
mulheres a dias pedreiros
reformados sem pensões
dactilógrafos carteiros
e outras muitas profissões
que deu o poder cimeiro
a quem não queria patrões.
Desde esse dia em que todos
nós repartimos o pão
é que acabaram os bodos
— cumpriu-se a revolução.
Porém em quintas vivendas
palácios e palacetes
os generais com prebendas
caciques e cacetetes
os que montavam cavalos
para caçarem veados
os que davam dois estalos
na cara dos empregados
os que tinham bons amigos
no consórcio dos sabões
e coçavam os umbigos
como quem coça os galões
os generais subalternos
que aceitavam os patrões
os generais inimigos
os generais garanhões
teciam teias de aranha
e eram mais camaleões
que a lombriga que se amanha
com os próprios cagalhões.
Com generais desta apanha
já não há revoluções.
Por isso o onze de Março
foi um baile de Tartufos
uma alternância de terços
entre ricaços e bufos.
E tivemos de pagar
com o sangue de um soldado
o preço de já não estar
Portugal suicidado.
Fugiram como cobardes
e para terras de Espanha
os que faziam alardes
dos combates em campanha.
E aqui ficaram de pé
capitães de pedra e cal
os homens que na Guiné
aprenderam Portugal.
Os tais homens que sentiram
que um animal racional
opõe àqueles que o firam
consciência nacional.
Os tais homens que souberam
fazer a revolução
porque na guerra entenderam
o que era a libertação.
Os que viram claramente
e com os cinco sentidos
morrer tanta tanta gente
que todos ficaram vivos.
Os tais homens feitos de aço
temperado com a tristeza
que envolveram num abraço
toda a história portuguesa.
Essa história tão bonita
e depois tão maltratada
por quem herdou a desdita
da história colonizada.
Dai ao povo o que é do povo
pois o mar não tem patrões.
– Não havia estado novo
nos poemas de Camões!
Havia sim a lonjura
e uma vela desfraldada
para levar a ternura
à distância imaginada.
Foi este lado da história
que os capitães descobriram
que ficará na memória
das naus que de Abril partiram
das naves que transportaram
o nosso abraço profundo
aos povos que agora deram
novos países ao mundo.
Por saberem como é
ficaram de pedra e cal
capitães que na Guiné
descobriram Portugal.
E em sua pátria fizeram
o que deviam fazer:
ao seu povo devolveram
o que o povo tinha a haver:
Bancos seguros petróleos
que ficarão a render
ao invés dos monopólios
para o trabalho crescer.
Guindastes portos navios
e outras coisas para erguer
antenas centrais e fios
dum país que vai nascer.
Mesmo que seja com frio
é preciso é aquecer
pensar que somos um rio
que vai dar onde quiser
pensar que somos um mar
que nunca mais tem fronteiras
e havemos de navegar
de muitíssimas maneiras.
No Minho com pés de linho
no Alentejo com pão
no Ribatejo com vinho
na Beira com requeijão
e trocando agora as voltas
ao vira da produção
no Alentejo bolotas
no Algarve maçapão
vindimas no Alto Douro
tomates em Azeitão
azeite da cor do ouro
que é verde ao pé do Fundão
e fica amarelo puro
nos campos do Baleizão.
Quando a terra for do povo
o povo deita-lhe a mão!
É isto a reforma agrária
em sua própria expressão:
a maneira mais primária
de que nós temos um quinhão
da semente proletária
da nossa revolução.
Quem a fez era soldado
homem novo capitão
mas também tinha a seu lado
muitos homens na prisão.
De tudo o que Abril abriu
ainda pouco se disse
um menino que sorriu
uma porta que se abrisse
um fruto que se expandiu
um pão que se repartisse
um capitão que seguiu
o que a história lhe predisse
e entre vinhas sobredos
vales socalcos searas
serras atalhos veredas
lezírias e praias claras
um povo que levantava
sobre um rio de pobreza
a bandeira em que ondulava
a sua própria grandeza!
De tudo o que Abril abriu
ainda pouco se disse
e só nos faltava agora
que este Abril não se cumprisse.
Só nos faltava que os cães
viessem ferrar o dente
na carne dos capitães
que se arriscaram na frente.
Na frente de todos nós
povo soberano e total
que ao mesmo tempo é a voz
e o braço de Portugal.
Ouvi banqueiros fascistas
agiotas do lazer
latifundiários machistas
balofos verbos de encher
e outras coisas em istas
que não cabe dizer aqui
que aos capitães progressistas
o povo deu o poder!
E se esse poder um dia
o quiser roubar alguém
não fica na burguesia
volta à barriga da mãe!
Volta à barriga da terra
que em boa hora o pariu
agora ninguém mais cerra
as portas que Abril abriu!
Ary dos Santos
Lisboa, Julho-Agosto de 1975
onde entre o mar e a guerra
vivia o mais infeliz
dos povos à beira-terra.
Onde entre vinhas sobredos
vales socalcos searas
serras atalhos veredas
lezírias e praias claras
um povo se debruçava
como um vime de tristeza
sobre um rio onde mirava
a sua própria pobreza.
Era uma vez um país
onde o pão era contado
onde quem tinha a raiz
tinha o fruto arrecadado
onde quem tinha o dinheiro
tinha o operário algemado
onde suava o ceifeiro
que dormia com o gado
onde tossia o mineiro
em Aljustrel ajustado
onde morria primeiro
quem nascia desgraçado.
Era uma vez um país
de tal maneira explorado
pelos consórcios fabris
pelo mando acumulado
pelas ideias nazis
pelo dinheiro estragado
pelo dobrar da cerviz
pelo trabalho amarrado
que até hoje já se diz
que nos tempos do passado
se chamava esse país
Portugal suicidado.
Ali nas vinhas sobredos
vales socalcos searas
serras atalhos veredas
lezírias e praias claras
vivia um povo tão pobre
que partia para a guerra
para encher quem estava podre
de comer a sua terra.
Um povo que era levado
para Angola nos porões
um povo que era tratado
como a arma dos patrões
um povo que era obrigado
a matar por suas mãos
sem saber que um bom soldado
nunca fere os seus irmãos.
Ora passou-se porém
que dentro de um povo escravo
alguém que lhe queria bem
um dia plantou um cravo.
Era a semente da esperança
feita de força e vontade
era ainda uma criança
mas já era a liberdade.
Era já uma promessa
era a força da razão
do coração à cabeça
da cabeça ao coração.
Quem o fez era soldado
homem novo capitão
mas também tinha a seu lado
muitos homens na prisão.
Esses que tinham lutado
a defender um irmão
esses que tinham passado
o horror da solidão
esses que tinham jurado
sobre uma côdea de pão
ver o povo libertado
do terror da opressão.
Não tinham armas é certo
mas tinham toda a razão
quando um homem morre perto
tem de haver distanciação
uma pistola guardada
nas dobras da sua opção
uma bala disparada
contra a sua própria mão
e uma força perseguida
que na escolha do mais forte
faz com que a força da vida
seja maior do que a morte.
Quem o fez era soldado
homem novo capitão
mas também tinha a seu lado
muitos homens na prisão.
Posta a semente do cravo
começou a floração
do capitão ao soldado
do soldado ao capitão.
Foi então que o povo armado
percebeu qual a razão
porque o povo despojado
lhe punha as armas na mão.
Pois também ele humilhado
em sua própria grandeza
era soldado forçado
contra a pátria portuguesa.
Era preso e exilado
e no seu próprio país
muitas vezes estrangulado
pelos generais senis.
Capitão que não comanda
não pode ficar calado
é o povo que lhe manda
ser capitão revoltado
é o povo que lhe diz
que não ceda e não hesite
– pode nascer um país
do ventre duma chaimite.
Porque a força bem empregue
contra a posição contrária
nunca oprime nem persegue
– é força revolucionária!
Foi então que Abril abriu
as portas da claridade
e a nossa gente invadiu
a sua própria cidade.
Disse a primeira palavra
na madrugada serena
um poeta que cantava
o povo é quem mais ordena.
E então por vinhas sobredos
vales socalcos searas
serras atalhos veredas
lezírias e praias claras
desceram homens sem medo
marujos soldados «páras»
que não queriam o degredo
dum povo que se separa.
E chegaram à cidade
onde os monstros se acoitavam
era a hora da verdade
para as hienas que mandavam
a hora da claridade
para os sóis que despontavam
e a hora da vontade
para os homens que lutavam.
Em idas vindas esperas
encontros esquinas e praças
não se pouparam as feras
arrancaram-se as mordaças
e o povo saiu à rua
com sete pedras na mão
e uma pedra de lua
no lugar do coração.
Dizia soldado amigo
meu camarada e irmão
este povo está contigo
nascemos do mesmo chão
trazemos a mesma chama
temos a mesma ração
dormimos na mesma cama
comendo do mesmo pão.
Camarada e meu amigo
soldadinho ou capitão
este povo está contigo
a malta dá-te razão.
Foi esta força sem tiros
de antes quebrar que torcer
esta ausência de suspiros
esta fúria de viver
este mar de vozes livres
sempre a crescer a crescer
que das espingardas fez livros
para aprendermos a ler
que dos canhões fez enxadas
para lavrarmos a terra
e das balas disparadas
apenas o fim da guerra.
Foi esta força viril
de antes quebrar que torcer
que em vinte e cinco de Abril
fez Portugal renascer.
E em Lisboa capital
dos novos mestres de Aviz
o povo de Portugal
deu o poder a quem quis.
Mesmo que tenha passado
às vezes por mãos estranhas
o poder que ali foi dado
saiu das nossas entranhas.
Saiu das vinhas sobredos
vales socalcos searas
serras atalhos veredas
lezírias e praias claras
onde um povo se curvava
como um vime de tristeza
sobre um rio onde mirava
a sua própria pobreza.
E se esse poder um dia
o quiser roubar alguém
não fica na burguesia
volta à barriga da mãe.
Volta à barriga da terra
que em boa hora o pariu
agora ninguém mais cerra
as portas que Abril abriu.
Essas portas que em Caxias
se escancararam de vez
essas janelas vazias
que se encheram outra vez
e essas celas tão frias
tão cheias de sordidez
que espreitavam como espias
todo o povo português.
Agora que já floriu
a esperança na nossa terra
as portas que Abril abriu
nunca mais ninguém as cerra.
Contra tudo o que era velho
levantado como um punho
em Maio surgiu vermelho
o cravo do mês de Junho.
Quando o povo desfilou
nas ruas em procissão
de novo se processou
a própria revolução.
Mas eram olhos as balas
abraços punhais e lanças
enamoradas as alas
dos soldados e crianças.
E o grito que foi ouvido
tantas vezes repetido
dizia que o povo unido
jamais seria vencido.
Contra tudo o que era velho
levantado como um punho
em Maio surgiu vermelho
o cravo do mês de Junho.
E então operários mineiros
pescadores e ganhões
marçanos e carpinteiros
empregados dos balcões
mulheres a dias pedreiros
reformados sem pensões
dactilógrafos carteiros
e outras muitas profissões
souberam que o seu dinheiro
era presa dos patrões.
A seu lado também estavam
jornalistas que escreviam
actores que se desdobravam
cientistas que aprendiam
poetas que estrebuchavam
cantores que não se vendiam
mas enquanto estes lutavam
é certo que não sentiam
a fome com que apertavam
os cintos dos que os ouviam.
Porém cantar é ternura
escrever constrói liberdade
e não há coisa mais pura
do que dizer a verdade.
E uns e outros irmanados
na mesma luta de ideais
ambos sectores explorados
ficaram partes iguais.
Entanto não descansavam
entre pragas e perjúrios
agulhas que se espetavam
silêncios boatos murmúrios
risinhos que se calavam
palácios contra tugúrios
fortunas que levantavam
promessas de maus augúrios
os que em vida se enterravam
por serem falsos e espúrios
maiorais da minoria
que diziam silenciosa
e que em silêncio fazia
a coisa mais horrorosa:
minar como um sinapismo
e com ordenados régios
o alvor do socialismo
e o fim dos privilégios.
Foi então se bem vos lembro
que sucedeu a vindima
quando pisámos Setembro
a verdade veio acima.
E foi um mosto tão forte
que sabia tanto a Abril
que nem o medo da morte
nos fez voltar ao redil.
Ali ficámos de pé
juntos soldados e povo
para mostrarmos como é
que se faz um país novo.
Ali dissemos não passa!
E a reacção não passou.
Quem já viveu a desgraça
odeia a quem desgraçou.
Foi a força do Outono
mais forte que a Primavera
que trouxe os homens sem dono
de que o povo estava à espera.
Foi a força dos mineiros
pescadores e ganhões
operários e carpinteiros
empregados dos balcões
mulheres a dias pedreiros
reformados sem pensões
dactilógrafos carteiros
e outras muitas profissões
que deu o poder cimeiro
a quem não queria patrões.
Desde esse dia em que todos
nós repartimos o pão
é que acabaram os bodos
— cumpriu-se a revolução.
Porém em quintas vivendas
palácios e palacetes
os generais com prebendas
caciques e cacetetes
os que montavam cavalos
para caçarem veados
os que davam dois estalos
na cara dos empregados
os que tinham bons amigos
no consórcio dos sabões
e coçavam os umbigos
como quem coça os galões
os generais subalternos
que aceitavam os patrões
os generais inimigos
os generais garanhões
teciam teias de aranha
e eram mais camaleões
que a lombriga que se amanha
com os próprios cagalhões.
Com generais desta apanha
já não há revoluções.
Por isso o onze de Março
foi um baile de Tartufos
uma alternância de terços
entre ricaços e bufos.
E tivemos de pagar
com o sangue de um soldado
o preço de já não estar
Portugal suicidado.
Fugiram como cobardes
e para terras de Espanha
os que faziam alardes
dos combates em campanha.
E aqui ficaram de pé
capitães de pedra e cal
os homens que na Guiné
aprenderam Portugal.
Os tais homens que sentiram
que um animal racional
opõe àqueles que o firam
consciência nacional.
Os tais homens que souberam
fazer a revolução
porque na guerra entenderam
o que era a libertação.
Os que viram claramente
e com os cinco sentidos
morrer tanta tanta gente
que todos ficaram vivos.
Os tais homens feitos de aço
temperado com a tristeza
que envolveram num abraço
toda a história portuguesa.
Essa história tão bonita
e depois tão maltratada
por quem herdou a desdita
da história colonizada.
Dai ao povo o que é do povo
pois o mar não tem patrões.
– Não havia estado novo
nos poemas de Camões!
Havia sim a lonjura
e uma vela desfraldada
para levar a ternura
à distância imaginada.
Foi este lado da história
que os capitães descobriram
que ficará na memória
das naus que de Abril partiram
das naves que transportaram
o nosso abraço profundo
aos povos que agora deram
novos países ao mundo.
Por saberem como é
ficaram de pedra e cal
capitães que na Guiné
descobriram Portugal.
E em sua pátria fizeram
o que deviam fazer:
ao seu povo devolveram
o que o povo tinha a haver:
Bancos seguros petróleos
que ficarão a render
ao invés dos monopólios
para o trabalho crescer.
Guindastes portos navios
e outras coisas para erguer
antenas centrais e fios
dum país que vai nascer.
Mesmo que seja com frio
é preciso é aquecer
pensar que somos um rio
que vai dar onde quiser
pensar que somos um mar
que nunca mais tem fronteiras
e havemos de navegar
de muitíssimas maneiras.
No Minho com pés de linho
no Alentejo com pão
no Ribatejo com vinho
na Beira com requeijão
e trocando agora as voltas
ao vira da produção
no Alentejo bolotas
no Algarve maçapão
vindimas no Alto Douro
tomates em Azeitão
azeite da cor do ouro
que é verde ao pé do Fundão
e fica amarelo puro
nos campos do Baleizão.
Quando a terra for do povo
o povo deita-lhe a mão!
É isto a reforma agrária
em sua própria expressão:
a maneira mais primária
de que nós temos um quinhão
da semente proletária
da nossa revolução.
Quem a fez era soldado
homem novo capitão
mas também tinha a seu lado
muitos homens na prisão.
De tudo o que Abril abriu
ainda pouco se disse
um menino que sorriu
uma porta que se abrisse
um fruto que se expandiu
um pão que se repartisse
um capitão que seguiu
o que a história lhe predisse
e entre vinhas sobredos
vales socalcos searas
serras atalhos veredas
lezírias e praias claras
um povo que levantava
sobre um rio de pobreza
a bandeira em que ondulava
a sua própria grandeza!
De tudo o que Abril abriu
ainda pouco se disse
e só nos faltava agora
que este Abril não se cumprisse.
Só nos faltava que os cães
viessem ferrar o dente
na carne dos capitães
que se arriscaram na frente.
Na frente de todos nós
povo soberano e total
que ao mesmo tempo é a voz
e o braço de Portugal.
Ouvi banqueiros fascistas
agiotas do lazer
latifundiários machistas
balofos verbos de encher
e outras coisas em istas
que não cabe dizer aqui
que aos capitães progressistas
o povo deu o poder!
E se esse poder um dia
o quiser roubar alguém
não fica na burguesia
volta à barriga da mãe!
Volta à barriga da terra
que em boa hora o pariu
agora ninguém mais cerra
as portas que Abril abriu!
Ary dos Santos
Lisboa, Julho-Agosto de 1975
quarta-feira, 16 de abril de 2008
TRABALHO = PRISÃO = TRABALHO :)
PRISÃO: Passa-se a maior parte do tempo numa cela 5x6m.
TRABALHO: Passa-se a maior parte do tempo numa sala 3x4m.
PRISÃO: Recebem-se três refeições por dia de graça.
TRABALHO: Só se tem uma, no horário de almoço, e tem de se pagar por ela.
PRISÃO: É-se liberto por bom comportamento.
TRABALHO: Ganha-se mais trabalho com bom comportamento.
PRISÃO: Um guarda abre-lhe e fecha-lhe todas as portas.
TRABALHO: Deve, por si mesmo, abrir as portas, se não for barrado pela segurança por ter esquecido o cartão de ponto.
PRISÃO: Vê televisão e joga às cartas, bola, damas.
TRABALHO: Será demitido se vir televisão e jogar qualquer coisa.
PRISÃO: Pode receber-se visitas de amigos e parentes.
TRABALHO: Não há tempo sequer para se lembrar deles.
PRISÃO: Todas as despesas são pagas pelos contribuintes, sem o seu esforço.
TRABALHO: Tem que pagar todas as suas despesas e ainda paga impostos e taxas deduzidas do seu salário, que servem para cobrir despesas dos presos...
PRISÃO: Algumas vezes aparecem carcereiros sádicos...
TRABALHO: Aqui no trabalho, carcereiros usam nomes específicos: Gerente, Director, Chefe...
PRISÃO: Tem-se todo o tempo para ler piadinhas.
TRABALHO: Ai se o apanham...
TEMPO DE PENA:
Na prisão, sai-se depois de 15 anos.
No trabalho terá de cumprir 36 anos ou mais, e não adianta ter bom comportamento
TRABALHO: Passa-se a maior parte do tempo numa sala 3x4m.
PRISÃO: Recebem-se três refeições por dia de graça.
TRABALHO: Só se tem uma, no horário de almoço, e tem de se pagar por ela.
PRISÃO: É-se liberto por bom comportamento.
TRABALHO: Ganha-se mais trabalho com bom comportamento.
PRISÃO: Um guarda abre-lhe e fecha-lhe todas as portas.
TRABALHO: Deve, por si mesmo, abrir as portas, se não for barrado pela segurança por ter esquecido o cartão de ponto.
PRISÃO: Vê televisão e joga às cartas, bola, damas.
TRABALHO: Será demitido se vir televisão e jogar qualquer coisa.
PRISÃO: Pode receber-se visitas de amigos e parentes.
TRABALHO: Não há tempo sequer para se lembrar deles.
PRISÃO: Todas as despesas são pagas pelos contribuintes, sem o seu esforço.
TRABALHO: Tem que pagar todas as suas despesas e ainda paga impostos e taxas deduzidas do seu salário, que servem para cobrir despesas dos presos...
PRISÃO: Algumas vezes aparecem carcereiros sádicos...
TRABALHO: Aqui no trabalho, carcereiros usam nomes específicos: Gerente, Director, Chefe...
PRISÃO: Tem-se todo o tempo para ler piadinhas.
TRABALHO: Ai se o apanham...
TEMPO DE PENA:
Na prisão, sai-se depois de 15 anos.
No trabalho terá de cumprir 36 anos ou mais, e não adianta ter bom comportamento
MINHA FONTE DE INSPIRAÇÃO
Melhor que o horizonte
É ter-te a ti.
Nem com mil palavras
Descrevo o que significas p'ra mim.
Ontem olhei para o céu
E vi um cometa a passar
Linda era aquela luz
Como o brilho do teu olhar.
Fiquei a pensar no teu rosto
Como era puro quando sorria
Dava tudo por um beijo
Nos teus lábios, depois partia.
Podes estar longe fisicamente
Mas, estás dentro do meu coração
são muitos os quilómetros que nos separam,
Este amor, não é em vão.
Rui Pedro
É ter-te a ti.
Nem com mil palavras
Descrevo o que significas p'ra mim.
Ontem olhei para o céu
E vi um cometa a passar
Linda era aquela luz
Como o brilho do teu olhar.
Fiquei a pensar no teu rosto
Como era puro quando sorria
Dava tudo por um beijo
Nos teus lábios, depois partia.
Podes estar longe fisicamente
Mas, estás dentro do meu coração
são muitos os quilómetros que nos separam,
Este amor, não é em vão.
Rui Pedro
terça-feira, 15 de abril de 2008
AMOR E CLAUSURA
Passámos os dias
Iguais a tantos outros
Por detrás destes muros
Sem pensamentos futuros
Agarrados à solidão
Nestas celas encarcerados
Corações dilacerados
Pelas amarguras da vida
Corações à chave fechados
Na hora do adormecer
As lágrimas a correr
Pela face da saudade
Vivendo longe da sociedade
Que nos repugna
e nos ausenta
nos corrói,
a dor aumenta,
Faz chorar o coração
Lágrimas de sangue e agonia
Nesta cela gélida e fria
Revoltando a alma
Fazendo gritar o chão.
Testemunha do poder
Do isolamento da sociedade
Nesta louca ansiedade,
Chamada liberdade.
Paulo Santos
Iguais a tantos outros
Por detrás destes muros
Sem pensamentos futuros
Agarrados à solidão
Nestas celas encarcerados
Corações dilacerados
Pelas amarguras da vida
Corações à chave fechados
Na hora do adormecer
As lágrimas a correr
Pela face da saudade
Vivendo longe da sociedade
Que nos repugna
e nos ausenta
nos corrói,
a dor aumenta,
Faz chorar o coração
Lágrimas de sangue e agonia
Nesta cela gélida e fria
Revoltando a alma
Fazendo gritar o chão.
Testemunha do poder
Do isolamento da sociedade
Nesta louca ansiedade,
Chamada liberdade.
Paulo Santos
quarta-feira, 19 de março de 2008
medicina felina
terça-feira, 18 de março de 2008
acordos
Com o novo acordo ortográfico perco mais um gozo. Pois, o gozo de dar poucos erros ortográficos. E depois estou um bocado baralhada. A partir de quando é que é correcto ou não escrever correto. E visto o fato ou de fato vou ali. Vai ser uma grande confusão de narizes. E ninguém reclama de nada. A última alteração ortográfica também não foi nada boa. Como por exemplo eliminar o acento grave nas palavras que eram acentuadas com acento agudo, após lhe juntarmos o ... mente. Assim, quando se desconhece a palavra mãe não se sabe qual a sílaba tónica. E volto a falar da nova moda, deve ser chic, de acentuar o "o" de todas as palavras começadas por essa vogal. Será uma nova regra??? Já não há pachorra.
TESTAMENTO
À prostituta mais nova
Do bairro mais velho e escuro,
Deixo os meus brincos, lavrados
Em cristal, límpido e puro...
E àquela virgem esquecida
Rapariga sem ternura,
Sonhando algures uma lenda,
Deixo o meu vestido branco,
O meu vestido de noiva,
Todo tecido de renda...
Este meu rosário antigo
Ofereço-o àquele amigo
Que não acredita em Deus...
E os livros, rosários meus
Das contas de outro sofrer,
São para os homens humildes,
Que nunca souberam ler.
Quanto aos meus poemas loucos,
Esses, que são de dor
Sincera e desordenada...
Esses, que são de esperança,
Desesperada mas firme,
Deixo-os a ti, meu amor...
Para que, na paz da hora,
Em que a minha alma venha
Beijar de longe os teus olhos,
Vás por essa noite fora...
Com passos feitos de lua,
Oferecê-los às crianças
Que encontrares em cada rua...
Alda Lara
quadro de pintor angolano desconhecido
joaninha
domingo, 9 de março de 2008
não pensamento
"Ponha tudo em cheque. Seja jogador!
Arrisque tudo, porque o próximo movimento não é certo, então porque se aborrecer?
Porque se preocupar?
Viva perigosamente, viva alegremente.
Viva sem medo, viva sem culpa. viva sem qualquer medo do inferno, ou qualquer ganância pelo céu.
Apenas viva."
Não pensamento do Osho
Arrisque tudo, porque o próximo movimento não é certo, então porque se aborrecer?
Porque se preocupar?
Viva perigosamente, viva alegremente.
Viva sem medo, viva sem culpa. viva sem qualquer medo do inferno, ou qualquer ganância pelo céu.
Apenas viva."
Não pensamento do Osho
sábado, 8 de março de 2008
DIA INTERNACIONAL DA MULHER
RETRATO
Eu não tinha este rosto de hoje,
assim calmo, assim triste, assim magro,
nem estes olhos tão vazios,
nem o lábio amargo.
Eu não tinha estas mãos sem força,
tão paradas e frias e mortas;
eu não tinha este coração
que nem se mostra.
Eu não dei por esta mudança,
tão simples, tão certa, tão fácil:
Em que espelho ficou perdida
a minha face?
Eu não tinha este rosto de hoje,
assim calmo, assim triste, assim magro,
nem estes olhos tão vazios,
nem o lábio amargo.
Eu não tinha estas mãos sem força,
tão paradas e frias e mortas;
eu não tinha este coração
que nem se mostra.
Eu não dei por esta mudança,
tão simples, tão certa, tão fácil:
Em que espelho ficou perdida
a minha face?
terça-feira, 12 de fevereiro de 2008
até no D.R.
Esta eu nem queria acreditar. Recebi por e-mail e duvidei que fosse verdade. Até me pareceu que os números estavam esquisitos e pensei que fosse uma fotomontagem. Mas foi mesmo verdade. Que louvor!... No D.R nº 159, 2ª Série, de 20 de Agosto de 2007, na página 23 787. Para quem, como eu, precisa de ver para crer (só de vez em quando).
Sublinhei "sóbria" já por excesso.
emprego
segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008
H2O
H2O - dois átomos de hidrogénio e um de oxigénio - o símbolo químico da água. Quem não sabe isto. Elementar... elementar.
Para além disso as caractérísticas da água potável eram: inodora, incolor e sem sabor. É claro que todos sabemos que entretanto, depois da descoberta do microscópio, se descobriu que na água vivem muitos seres invisíveis que podem provocar doenças (bactérias, fungos, etc.) e por isso não se pode beber água de qualquer lado. Parecia estar tudo resolvido, com a análise da água e o seu tratamento.
Mas não, aparecem agora novos perigos. Água de rede canalizada, fornecida por serviços públicos, contaminada com alumínio. Pensava eu que essa contaminação provinha do exterior, que as fontes estariam contaminadas devido aos poluentes. Mas para meu espanto, conforme explicação técnica, suponho eu que abalizada, essa contaminação deriva do próprio tratamento das águas. Que imbróglio! Vejamos se percebi bem. Primeiro tratam a água (contra as tais bactérias, etc.) com qualquer coisa à base de alumínio, depois usam outro químico para tirar o primeiro. No meio disto tudo ficam resíduos de ambos os químicos. E andam essas almas à procura da dose exacta para que os resíduos de alumínio fiquem dentro dos parâmetros autorizados e não prejudiciais à saúde.
Entretanto vão todos buscar água à fonte, que essas ainda não estão contaminadas com os tratamentos. Haja paciência...
Para além disso as caractérísticas da água potável eram: inodora, incolor e sem sabor. É claro que todos sabemos que entretanto, depois da descoberta do microscópio, se descobriu que na água vivem muitos seres invisíveis que podem provocar doenças (bactérias, fungos, etc.) e por isso não se pode beber água de qualquer lado. Parecia estar tudo resolvido, com a análise da água e o seu tratamento.
Mas não, aparecem agora novos perigos. Água de rede canalizada, fornecida por serviços públicos, contaminada com alumínio. Pensava eu que essa contaminação provinha do exterior, que as fontes estariam contaminadas devido aos poluentes. Mas para meu espanto, conforme explicação técnica, suponho eu que abalizada, essa contaminação deriva do próprio tratamento das águas. Que imbróglio! Vejamos se percebi bem. Primeiro tratam a água (contra as tais bactérias, etc.) com qualquer coisa à base de alumínio, depois usam outro químico para tirar o primeiro. No meio disto tudo ficam resíduos de ambos os químicos. E andam essas almas à procura da dose exacta para que os resíduos de alumínio fiquem dentro dos parâmetros autorizados e não prejudiciais à saúde.
Entretanto vão todos buscar água à fonte, que essas ainda não estão contaminadas com os tratamentos. Haja paciência...
terça-feira, 5 de fevereiro de 2008
trilema
Pois, não é um dilema, é um trilema.
Três galos... deveria matar 2
um galo de cabidela
outro galo na panela
quem me ajuda...
este é o rei da capoeira
segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008
não sei mais que um miúdo de 10 anos
Na Dinamarca
Há um cavaleiro
Que veste roupa de marca
E é muito aventureiro
Que monta no seu belo e fiel cavalo
A caminho da Palestina
Não,
Para ver uma menina
Sim, para ir a Belém
E rezar em Jerusalém.
Passou a noite a rezar na gruta
E até julgou ouvir os anjos a cantar.
No regresso passou por Veneza
Que espantado ficou ele
Com tanta beleza
E antes de partir diz:
Veneza, de águas puras
Muito aí passei
Podes crer
Que só de bom guardarei
De ti, em mim
A caminho de Génova
fez um desvio para visitar Florença
Aí, ouviu a história de Giotto e Cimeiabué
E que bela que ela é.
Ouviu, também a história de Vanina
E seu amado Guidabaldo
É uma história perigosa mas divertida
De uma grande paixão de Guidabaldo por Beatriz
Passados três dias o cavaleiro partiu
Para o porto de Génova
Mas no caminho adoeceu
E por sorte não morreu.
Ajudado pelos frades
Dando-lhe abrigo, comida e curativos
O cavaleiro curou-se e arranjou novos amigos.
Passou três anos
Umas semanas
e partiu para Génova.
Chegando a Génova,
Procurou algum navio
que lhe levasse para Flandres
Mas já tinham partido todos.
O cavaleiro, desesperado
Ao fim de três dias chegou à conclusão
Que ir por terra
Era a melhor solução.
Campos, planícies desceu
Vales e montanhas teve de atravessar
Até à sua terra chegar.
E tão feliz ficou,
quando chegou ao seu país
Aí procurou, e logo encontrou
a Floresta.
Que pensou ser verdejante
Cheia de vida e de cor
Tanto amor
Um belo explendor.
Era agora uma floresta
Muda e Nua
Sem sinal de vida
Esta não era a sua floresta querida.
Esta estava cheia
de animais ferozes
seus olhos luminosos, na escuridão
Com seus dentes afiados e perigosos
Que encontrou no caminho
Mas rezou
E uma luz o guiou
Até sua casa.
E a luz, que o guiara
Não era nada mais nada menos
Do que a grande árvore iluminada.
Resumo do livro "O Cavaleiro da Dinamarca", feito por uma miúda de 12 anos.
Não li o livro, por isso não sei se isto é o resumo ou meio inventado. Não corrigi erros ortográficos, apenas transcrevi o que estava escrito, algumas palavras não percebi.
Sei que costuma passar por aqui uma ex-professora de Português. Que nota davas a este texto???
Aceitam-se outras notações mesmo que não sejam de professoras. Podem dar negativa... já estamos habituadas.
Há um cavaleiro
Que veste roupa de marca
E é muito aventureiro
Que monta no seu belo e fiel cavalo
A caminho da Palestina
Não,
Para ver uma menina
Sim, para ir a Belém
E rezar em Jerusalém.
Passou a noite a rezar na gruta
E até julgou ouvir os anjos a cantar.
No regresso passou por Veneza
Que espantado ficou ele
Com tanta beleza
E antes de partir diz:
Veneza, de águas puras
Muito aí passei
Podes crer
Que só de bom guardarei
De ti, em mim
A caminho de Génova
fez um desvio para visitar Florença
Aí, ouviu a história de Giotto e Cimeiabué
E que bela que ela é.
Ouviu, também a história de Vanina
E seu amado Guidabaldo
É uma história perigosa mas divertida
De uma grande paixão de Guidabaldo por Beatriz
Passados três dias o cavaleiro partiu
Para o porto de Génova
Mas no caminho adoeceu
E por sorte não morreu.
Ajudado pelos frades
Dando-lhe abrigo, comida e curativos
O cavaleiro curou-se e arranjou novos amigos.
Passou três anos
Umas semanas
e partiu para Génova.
Chegando a Génova,
Procurou algum navio
que lhe levasse para Flandres
Mas já tinham partido todos.
O cavaleiro, desesperado
Ao fim de três dias chegou à conclusão
Que ir por terra
Era a melhor solução.
Campos, planícies desceu
Vales e montanhas teve de atravessar
Até à sua terra chegar.
E tão feliz ficou,
quando chegou ao seu país
Aí procurou, e logo encontrou
a Floresta.
Que pensou ser verdejante
Cheia de vida e de cor
Tanto amor
Um belo explendor.
Era agora uma floresta
Muda e Nua
Sem sinal de vida
Esta não era a sua floresta querida.
Esta estava cheia
de animais ferozes
seus olhos luminosos, na escuridão
Com seus dentes afiados e perigosos
Que encontrou no caminho
Mas rezou
E uma luz o guiou
Até sua casa.
E a luz, que o guiara
Não era nada mais nada menos
Do que a grande árvore iluminada.
Esta história começou
Esta história acabou
Mas tu podes inventar
outra história, para
depois contar.
Resumo do livro "O Cavaleiro da Dinamarca", feito por uma miúda de 12 anos.
Não li o livro, por isso não sei se isto é o resumo ou meio inventado. Não corrigi erros ortográficos, apenas transcrevi o que estava escrito, algumas palavras não percebi.
Sei que costuma passar por aqui uma ex-professora de Português. Que nota davas a este texto???
Aceitam-se outras notações mesmo que não sejam de professoras. Podem dar negativa... já estamos habituadas.
quinta-feira, 31 de janeiro de 2008
reciclagem
Uma malinha feita, com muita paciência, com sacos de café
Até encomendava uma para mim
Com outras embalagens, por exemplo os sacos da comida dos gatos, também ficavam giros, digo eu
quarta-feira, 30 de janeiro de 2008
3 tristes gatos
terça-feira, 29 de janeiro de 2008
ainda sou do tempo...
em que havia locutores
e era bom ouvir e ver televisão
não sei se os ditos locutores entravam com cunha, mas tinham uma boa dicção para percebermos perfeitamente o que diziam. Quem não se lembra dos noticiários do Henrique Mendes, por exemplo ou os relatos desportivos de Artur Agostinho, etc, etc.
Certamente o mesmo rigor existia na rádio.
Não calculo se as pessoas que me entravam casa dentro todos os dias tinham o curso de jornalista, se a informação era deles ou apenas se limitavam a ler. Mas pelo menos aprendíamos a falar bem. O aspecto também era cuidado :)
Tudo isto a propósito da nova moda de acentuar o ó em organização organismo e outras bacoradas que se ouvem diariamente nos meios de comunicação social.
O meus medos, são vários:
O de já não saber se tenho razão ou não na maneira como se fala português.
Qualquer dia também falar assim, também escrever assim...
e era bom ouvir e ver televisão
não sei se os ditos locutores entravam com cunha, mas tinham uma boa dicção para percebermos perfeitamente o que diziam. Quem não se lembra dos noticiários do Henrique Mendes, por exemplo ou os relatos desportivos de Artur Agostinho, etc, etc.
Certamente o mesmo rigor existia na rádio.
Não calculo se as pessoas que me entravam casa dentro todos os dias tinham o curso de jornalista, se a informação era deles ou apenas se limitavam a ler. Mas pelo menos aprendíamos a falar bem. O aspecto também era cuidado :)
Tudo isto a propósito da nova moda de acentuar o ó em organização organismo e outras bacoradas que se ouvem diariamente nos meios de comunicação social.
O meus medos, são vários:
O de já não saber se tenho razão ou não na maneira como se fala português.
Qualquer dia também falar assim, também escrever assim...
sábado, 26 de janeiro de 2008
curiosidades
quarta-feira, 23 de janeiro de 2008
a média
Diziam hoje na rádio que a pensão média em Portugal de 650 € não é suficiente. Deveria ser 750 € o valor necessário para qualquer pensionista.
Este raciocínio está errado. Faz-se a média, ok. Que apenas pode ter valor contabilístico. Tudo o resto são balelas. Qual a percentagem de pensionistas que atingem o valor médio? Senhores jornalistas toca a estudar matemática, senhores matemáticos toca a estudar português. Assim a informação não é correcta.
Este raciocínio está errado. Faz-se a média, ok. Que apenas pode ter valor contabilístico. Tudo o resto são balelas. Qual a percentagem de pensionistas que atingem o valor médio? Senhores jornalistas toca a estudar matemática, senhores matemáticos toca a estudar português. Assim a informação não é correcta.
sexta-feira, 18 de janeiro de 2008
mobilidade voluntária
Já circula pelos Serviços uma informação oficial dizendo que quem quiser pedir o desligamento da função pública o pode fazer.
Indicam valores ainda não publicados, os tais 75% durante 5 anos, 65% até 10 anos e depois 55% do vencimento base. Mas nada preto no branco. Todos podem pedir independentemente dos anos de serviço? Independentemente da idade? No entanto isto cheira a casca de banana debaixo do pé.
A isca está lançada! Quem arrisca?
Acabar com os funcionários públicos, já... no entanto não dão a reforma a pessoas que passam a vida de baixa, e/ou com os 36 anos de serviço mas ainda "novos", com cinquenta's.
E a malta nova, com o seu canudo debaixo do braço, em casa.
Indicam valores ainda não publicados, os tais 75% durante 5 anos, 65% até 10 anos e depois 55% do vencimento base. Mas nada preto no branco. Todos podem pedir independentemente dos anos de serviço? Independentemente da idade? No entanto isto cheira a casca de banana debaixo do pé.
A isca está lançada! Quem arrisca?
Acabar com os funcionários públicos, já... no entanto não dão a reforma a pessoas que passam a vida de baixa, e/ou com os 36 anos de serviço mas ainda "novos", com cinquenta's.
E a malta nova, com o seu canudo debaixo do braço, em casa.
civismo
Realmente, agora posso circular livremente pela Av. Marquês de Pombal que não me cai nenhumar árvore em cima, contudo, hoje mesmo, não muito longe, caiu-me um cigarro em cima. É mesmo verdade! Vindo de uma janela ou varanda. Sendo assim vou queixar-me ao Tota, como se costuma dizer.
Por cá é hábito mandar tudo pela janela. Pelo menos que haja o cuidado de não acertar em quem passa.
Já vi mandarem baldes de água suja com lixívia pela varanda que acabaram de lavar, bater tapetes, mandar o cotão da vassoura, os cabelos do pente, restos de comida, tudo voa das casas para fora. Há que manter as casinhas limpas, nem que seja à custa da porcaria geral.
Também as praias e florestas estão como se pode ver.
Por cá é o salve-se quem puder.
Por cá é hábito mandar tudo pela janela. Pelo menos que haja o cuidado de não acertar em quem passa.
Já vi mandarem baldes de água suja com lixívia pela varanda que acabaram de lavar, bater tapetes, mandar o cotão da vassoura, os cabelos do pente, restos de comida, tudo voa das casas para fora. Há que manter as casinhas limpas, nem que seja à custa da porcaria geral.
Também as praias e florestas estão como se pode ver.
Por cá é o salve-se quem puder.
quarta-feira, 16 de janeiro de 2008
caldo desintoxicante 1
Há sempre muitas pessoas a pedirem-me a receita deste caldo.
Não faz maravilhas, e até provoca dores de cabeça ao fim do 2º dia mas parece que apenas se deve à eliminação de velhas toxinas...
A RECEITA ORIGINAL
Ingredientes:
4 litros de água
1 repolho pequeno
2 cenouras grandes
2 batatas com casca
1 beterraba pequena
1 molho de bróculos
2 cebolas grandes
1 molho de rabanetes
200 gr feijão verde
1 cabeça alho porro
2 tomates grandes
2 molhos de espinafres (utilizar só as folhas)
250 gr de abóbora
1 molho de agrião
2 nabos grandes
sal
Modo de fazer:
Colocar os legumes lavados e picados na panela com água e sal. Deixar cozer muito bem. Pode triturar metade dos legumes ou deixar todos inteiros. E já está. Basta juntar uma colher de sopa de azeite por cada prato.
a dieta original:
peq.almoço - 1 copo de água com limão e mel e 1 maçã ou 1 pera
almoço - 4 pratos de sopa
lanche - 2 pratos de sopa
jantar - 2 pratos de sopa
ceia - 1 chávena de coalhada com mel
É claro que adaptei esta dieta à minha realidade.
A sopa faço com os legumes que existem e esqueço os que não são da época, mas não adiciono os que não constam da receita.
Quanto à dieta, dois pratos de sopa chegam para o almoço e também para o jantar.
Ainda transcrevo parte das observações finais relativas a esta sopa " O poder recuperador deste caldo é extraordinário. Você se sentirá revigorado, bem alimentado e leve como uma gota de orvalho na folha de lotus..."
É verdade! Experimentem!
Não faz maravilhas, e até provoca dores de cabeça ao fim do 2º dia mas parece que apenas se deve à eliminação de velhas toxinas...
A RECEITA ORIGINAL
Ingredientes:
4 litros de água
1 repolho pequeno
2 cenouras grandes
2 batatas com casca
1 beterraba pequena
1 molho de bróculos
2 cebolas grandes
1 molho de rabanetes
200 gr feijão verde
1 cabeça alho porro
2 tomates grandes
2 molhos de espinafres (utilizar só as folhas)
250 gr de abóbora
1 molho de agrião
2 nabos grandes
sal
Modo de fazer:
Colocar os legumes lavados e picados na panela com água e sal. Deixar cozer muito bem. Pode triturar metade dos legumes ou deixar todos inteiros. E já está. Basta juntar uma colher de sopa de azeite por cada prato.
a dieta original:
peq.almoço - 1 copo de água com limão e mel e 1 maçã ou 1 pera
almoço - 4 pratos de sopa
lanche - 2 pratos de sopa
jantar - 2 pratos de sopa
ceia - 1 chávena de coalhada com mel
É claro que adaptei esta dieta à minha realidade.
A sopa faço com os legumes que existem e esqueço os que não são da época, mas não adiciono os que não constam da receita.
Quanto à dieta, dois pratos de sopa chegam para o almoço e também para o jantar.
Ainda transcrevo parte das observações finais relativas a esta sopa " O poder recuperador deste caldo é extraordinário. Você se sentirá revigorado, bem alimentado e leve como uma gota de orvalho na folha de lotus..."
É verdade! Experimentem!
a 30 à hora
Ouvi dizer que vamos andar a 30 nas zonas habitacionais.
Comecei a imaginar a minha ida até Pombal pela EN1 a 30km/h.
Porque em Leiria existe uma rua junto ao parque da cidade em que é essa a velocidade obrigatória, resolvi treinar.
Mesmo numa rua só com 2 faixas, e o piso calcetado com paralelipípedos, tive dificuldade em manter essa velocidade. Imagino numa Estrada Nacional (ainda será nacional?) com 3 faixas alcatroadas...
Depois fui ultrapassada por um ciclista :( - o record mundial de velocidade em bicicleta é de 210,4 km/h e a velocidade média em terreno plano é de 25 km/h -
Logo de seguida fui ultrapassada por um burro :( e eu cá a pensar com os meus botões que é uma grande ideia comprar um jumento
Como se isso não bastasse, fui ultrapassada também por uma pessoa que fazia desporto :(
Mas... será que os ciclistas e os animais também vão ser multados? Será que vão exigir um velocímetro nos outros transportes???
Até Pombal... como mero exemplo, a 30 km/h... que vida a nossa!
Comecei a imaginar a minha ida até Pombal pela EN1 a 30km/h.
Porque em Leiria existe uma rua junto ao parque da cidade em que é essa a velocidade obrigatória, resolvi treinar.
Mesmo numa rua só com 2 faixas, e o piso calcetado com paralelipípedos, tive dificuldade em manter essa velocidade. Imagino numa Estrada Nacional (ainda será nacional?) com 3 faixas alcatroadas...
Depois fui ultrapassada por um ciclista :( - o record mundial de velocidade em bicicleta é de 210,4 km/h e a velocidade média em terreno plano é de 25 km/h -
Logo de seguida fui ultrapassada por um burro :( e eu cá a pensar com os meus botões que é uma grande ideia comprar um jumento
Como se isso não bastasse, fui ultrapassada também por uma pessoa que fazia desporto :(
Mas... será que os ciclistas e os animais também vão ser multados? Será que vão exigir um velocímetro nos outros transportes???
Até Pombal... como mero exemplo, a 30 km/h... que vida a nossa!
segunda-feira, 14 de janeiro de 2008
coitadas das árvores - fotografias
Na sequência do post anterior resolvi sacar a máquina fotográfica. Com algum atraso pois o tempo tem estado como se sabe.
De notar que pelo menos uma árvore escapou
também nunca tinha visto que tapavam o local onde existiu uma grande árvore com sarrisca
qual será a razão?
De notar que pelo menos uma árvore escapou
também nunca tinha visto que tapavam o local onde existiu uma grande árvore com sarrisca
qual será a razão?
Não consegui contar exactamente quantas árvores desapareceram com esta poda radical, mas pelo menos 6
Fico a pensar se não haverá qualquer programação ou ideia quando se planta uma árvore na cidade.
Há árvores que já ocuparam todo o passeio e o buraco que lhe programaram já rebentou pelas costuras.
Outras já alcançam as janelas dos prédios próximos.
Não deve haver qualquer lógica nem na plantação nem na construção
Fico a pensar se não haverá qualquer programação ou ideia quando se planta uma árvore na cidade.
Há árvores que já ocuparam todo o passeio e o buraco que lhe programaram já rebentou pelas costuras.
Outras já alcançam as janelas dos prédios próximos.
Não deve haver qualquer lógica nem na plantação nem na construção
quinta-feira, 10 de janeiro de 2008
decisões - ensino
Leiria já parece o Entroncamento - cada fenómeno!!
Aulas extra-curriculares em casa mortuária motiva protesto de pais
Dezenas de pais impediram ontem que os seus filhos tivessem actividades extra-curriculares na casa mortuária dos Marinheiros, local escolhido pela câmara de Leiria para acolher as crianças a título provisório. A contestação levou a autarquia a suspender as actividades "por tempo indeterminado"A câmara de Leiria decidiu suspender as actividades extra-curriculares dos alunos da escola do 1º Ciclo de Marinheiros, freguesia de Marrazes, depois do protesto de dezenas de pais, que ontem impediram os seus filhos de entrar na casa mortuária local, onde, desde segunda-feira, estão a ser leccionadas as actividades.Desde o início da semana que as cerca de 40 crianças da escola dos Marinheiros, que frequentam as Actividades de Enriquecimento Curricular e Componente de Apoio à Família, transitaram do salão paroquial para a casa mortuária para dar lugar aos cerca de 170 alunos do 1º Ciclo da Gândara dos Olivais, já que a escola vai entrar em obras de remodelação e ampliação. No entanto, os pais das crianças do ATL não aceitaram a escolha da autarquia, exigindo uma nova solução. A decisão foi anunciada ontem à tarde pelo vereador do pelouro da Cultura, Vítor Lourenço, que decidiu suspender as actividades extra-curriculares "por tempo indeterminado".Vítor Lourenço lembrou, contudo, que a solução encontrada para acolher as actividades "foi unânime" entre a paróquia, Junta de Freguesia, autarquia e Agrupamento de Escolas, considerando que "não foi a contestação dos pais a despoletar a situação, mas sim alguns populares que não queriam perder a casa mortuária"(?? gosto desta frase??)."Perante esta contestação e porque não podemos alimentar o foco da contestação social, vamos suspender as actividades extra-curriculares por tempo indeterminado"...
in Diário de Leiria de 9/1/2008
Aulas extra-curriculares em casa mortuária motiva protesto de pais
Dezenas de pais impediram ontem que os seus filhos tivessem actividades extra-curriculares na casa mortuária dos Marinheiros, local escolhido pela câmara de Leiria para acolher as crianças a título provisório. A contestação levou a autarquia a suspender as actividades "por tempo indeterminado"A câmara de Leiria decidiu suspender as actividades extra-curriculares dos alunos da escola do 1º Ciclo de Marinheiros, freguesia de Marrazes, depois do protesto de dezenas de pais, que ontem impediram os seus filhos de entrar na casa mortuária local, onde, desde segunda-feira, estão a ser leccionadas as actividades.Desde o início da semana que as cerca de 40 crianças da escola dos Marinheiros, que frequentam as Actividades de Enriquecimento Curricular e Componente de Apoio à Família, transitaram do salão paroquial para a casa mortuária para dar lugar aos cerca de 170 alunos do 1º Ciclo da Gândara dos Olivais, já que a escola vai entrar em obras de remodelação e ampliação. No entanto, os pais das crianças do ATL não aceitaram a escolha da autarquia, exigindo uma nova solução. A decisão foi anunciada ontem à tarde pelo vereador do pelouro da Cultura, Vítor Lourenço, que decidiu suspender as actividades extra-curriculares "por tempo indeterminado".Vítor Lourenço lembrou, contudo, que a solução encontrada para acolher as actividades "foi unânime" entre a paróquia, Junta de Freguesia, autarquia e Agrupamento de Escolas, considerando que "não foi a contestação dos pais a despoletar a situação, mas sim alguns populares que não queriam perder a casa mortuária"(?? gosto desta frase??)."Perante esta contestação e porque não podemos alimentar o foco da contestação social, vamos suspender as actividades extra-curriculares por tempo indeterminado"...
in Diário de Leiria de 9/1/2008
Retrato de uma princesa desconhecida
Para que ela tivesse um pescoço tão fino
Para que os seus pulsos tivessem um quebrar de caule
Para que os seus olhos fossem tão frontais e limpos
Para que a sua espinha fosse tão direita
E ela usasse a cabeça erguida
Com uma tão simples claridade sobre a testa
Foram necessárias sucessivas gerações de escravos
De corpo dobrado e grossas mãos pacientes
Servindo sucessivas gerações de príncipes
Ainda um pouco toscos e grosseiros
Ávidos cruéis e fraudulentos
Foi um imenso desperdiçar de gente
Para que ela fosse aquela perfeição
Solitária exilada sem destino
Sophia de Mello Breyner Adresen
Para que ela tivesse um pescoço tão fino
Para que os seus pulsos tivessem um quebrar de caule
Para que os seus olhos fossem tão frontais e limpos
Para que a sua espinha fosse tão direita
E ela usasse a cabeça erguida
Com uma tão simples claridade sobre a testa
Foram necessárias sucessivas gerações de escravos
De corpo dobrado e grossas mãos pacientes
Servindo sucessivas gerações de príncipes
Ainda um pouco toscos e grosseiros
Ávidos cruéis e fraudulentos
Foi um imenso desperdiçar de gente
Para que ela fosse aquela perfeição
Solitária exilada sem destino
Sophia de Mello Breyner Adresen
quarta-feira, 9 de janeiro de 2008
o peso da sabedoria
A expressão "parece um burro carregado de livros" é bem actual
A mochila dum aluno do 7º ano pesa entre 5 e 6 kg
E depois vêem as enfermeiras dizer que apenas podem (devem/deviam) transportar 10% do seu peso. Para os peso pluma isto é complicado.
Mas para o próximo ano já vão pensar no peso dos manuais escolares.
Ora tudo isto me cheira a cultura a peso...
A mochila dum aluno do 7º ano pesa entre 5 e 6 kg
E depois vêem as enfermeiras dizer que apenas podem (devem/deviam) transportar 10% do seu peso. Para os peso pluma isto é complicado.
Mas para o próximo ano já vão pensar no peso dos manuais escolares.
Ora tudo isto me cheira a cultura a peso...
CIDADE
Cidade, rumor e vaivém sem paz das ruas,
Ó vida suja, hostil, inutilmente gasta,
Saber que existe o mar e as praias nuas,
Montanhas sem nome e planícies mais vastas
Que o mais vasto desejo,
E eu estou em ti fechada e apenas vejo
Os muros e as paredes, e não vejo
Nem o crescer do mar, nem o mudar das luas.
Saber que tomas em ti a minha vida
E que arrastas pela sombra das paredes
A minha alma que fora prometida
Às ondas brancas e às florestas verdes.
Sophia de Mello Breyner Andresen
Ó vida suja, hostil, inutilmente gasta,
Saber que existe o mar e as praias nuas,
Montanhas sem nome e planícies mais vastas
Que o mais vasto desejo,
E eu estou em ti fechada e apenas vejo
Os muros e as paredes, e não vejo
Nem o crescer do mar, nem o mudar das luas.
Saber que tomas em ti a minha vida
E que arrastas pela sombra das paredes
A minha alma que fora prometida
Às ondas brancas e às florestas verdes.
Sophia de Mello Breyner Andresen
quinta-feira, 3 de janeiro de 2008
a desertificação da cidade
Na rua onde os meus pais moravam só uma casa está habitada. Até quando? Até assusta passar por lá a horas tardias.
No prédio onde moro, com 6 apartamentos, 2 estão ocupados com famílias e 1 com serviços - 50% ocupação.
No prédio onde morava, 12 apartamentos, 5 estão desabitados - 60% ocupação
De notar que na zona histórica os prédios estão a cair. Mas quem quer ir para lá morar? Mesmo que se ande a pé no dia a dia, todos precisamos de ter um automóvel, nem que seja para ir às compras, passear ao domingo ou ir de férias. E os amigos que nos queiram visitar, onde estacionam o pópó? Penso que ao proibirem o trânsito e/ou estacionamento afugentam os moradores.
Digam lá no vosso prédio quantos apartamentos estão às moscas?
No prédio onde moro, com 6 apartamentos, 2 estão ocupados com famílias e 1 com serviços - 50% ocupação.
No prédio onde morava, 12 apartamentos, 5 estão desabitados - 60% ocupação
De notar que na zona histórica os prédios estão a cair. Mas quem quer ir para lá morar? Mesmo que se ande a pé no dia a dia, todos precisamos de ter um automóvel, nem que seja para ir às compras, passear ao domingo ou ir de férias. E os amigos que nos queiram visitar, onde estacionam o pópó? Penso que ao proibirem o trânsito e/ou estacionamento afugentam os moradores.
Digam lá no vosso prédio quantos apartamentos estão às moscas?
coitadas das árvores
Depois de um vendaval, que provocou a queda de algumas árvores, para meu espanto, decidiram cortar todas as grandes árvores na Av. Marquês de Pombal. Só deixaram as pequenas.
Eu não percebo nada de nada, mas será este o melhor remédio?
Eu não percebo nada de nada, mas será este o melhor remédio?
tabaco
Em que é que a nova lei do tabaco vai contribuir para a felicidade dos portugueses?
Os fumadores andam como baratas tontas à procura de um local onde o possam fazer.
Os não fumadores, felizes por uma vitória e desejosos de apontar o dedo a algum provocador de doença prolongada aos fumadores passivos.
O dono do café onde costumo ir, dizia hoje que há 50 anos que é fumador passivo. Acho que vai adoecer, ou então tem que começar a fumar, pois é um café de não fumadores.
No emprego, tenho que ir fumar para a rua. Azar dos azares que sempre que me lembro de ir fumar começa a chover. Resolvi ir fumar ao pé dos cães, isto até o protector dos animais se revoltar, apontar-me o dedo e obrigar-me a pagar a consulta de alergologia dos cachorros.
Mas hoje tive uma grande alegria. Encontrei um café para fumadores. É isso aí. No café STOP em Leiria fuma-se, como sempre. Quem não quiser tem a 2 passos um café para não fumadores. Este café situa-se no Bairro dos Anjos, um bairro bem popular e que o país devia imitar.
Num país em que vivemos em liberdade, porquê só pensar na liberdade do não fumador?
Com estas novas leis cada vez se ouvem mais pessoas a dizer que mais vale estar desempregado do que empregado, mais vale ser drogado do que fumador. Onde é que isto vai parar.
Tanta proibição, e afinal a qualidade de vida estará melhor? Comemos melhor? Respiramos melhor? A água que bebemos é melhor? Os nossos filhos têm melhor ensino? E por aí adiante...
Eu penso que não.
Os fumadores andam como baratas tontas à procura de um local onde o possam fazer.
Os não fumadores, felizes por uma vitória e desejosos de apontar o dedo a algum provocador de doença prolongada aos fumadores passivos.
O dono do café onde costumo ir, dizia hoje que há 50 anos que é fumador passivo. Acho que vai adoecer, ou então tem que começar a fumar, pois é um café de não fumadores.
No emprego, tenho que ir fumar para a rua. Azar dos azares que sempre que me lembro de ir fumar começa a chover. Resolvi ir fumar ao pé dos cães, isto até o protector dos animais se revoltar, apontar-me o dedo e obrigar-me a pagar a consulta de alergologia dos cachorros.
Mas hoje tive uma grande alegria. Encontrei um café para fumadores. É isso aí. No café STOP em Leiria fuma-se, como sempre. Quem não quiser tem a 2 passos um café para não fumadores. Este café situa-se no Bairro dos Anjos, um bairro bem popular e que o país devia imitar.
Num país em que vivemos em liberdade, porquê só pensar na liberdade do não fumador?
Com estas novas leis cada vez se ouvem mais pessoas a dizer que mais vale estar desempregado do que empregado, mais vale ser drogado do que fumador. Onde é que isto vai parar.
Tanta proibição, e afinal a qualidade de vida estará melhor? Comemos melhor? Respiramos melhor? A água que bebemos é melhor? Os nossos filhos têm melhor ensino? E por aí adiante...
Eu penso que não.
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